![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTK-KdPp5JlIO71Kf0w_ukB8W_CkRe4nBw2hwofX8IDiQIqX-5zD2UYVTpMANVmH1K7-xnHW6e35mscPsxWURXq7AnACW6qcAtScad7WZT2uaPDaoH2x-uXHwPIscOXa5nq-D0UkfW6usw/s400/afeira.jpg)
um dia de sol, descia do ônibus, como de costume, e caminhava pela mesma rua que sempre costuma passar.
era uma rua normal como qualquer rua de cidade pequena.
não estava numa cidade pequena mas sempre me senti estar.
caminhar pelas coloridas e cheirosas sensações que as barraquinhas da feira exalavam.
eram crianças brincando com os cachorros vira-latas debaixo das bancadas que chegavam a noite trazidas pelo caminhão da prefeitura, e já a noite começava a armação do circo que era a feira.
jogar barracas de cima do caminhão, armá-las em seus lugares reservados pelo costume.
não era necessário marcar o chão com nomes ou indicações de seus lugares, todos sabiam onde cada colega de feira ficava.
era seu joão do tomate cantarolando, era carlinhos do bigode amolando as facas e alicates da mulherada que toda manhã saia às ruas como se estivessem indo aos chopins.
sacolas penduradas debaixo do braço, chinelas havaianas exibindo as unhas feitas na noite anterior, para ir a missa e depois, é claro, a pracinha, rodeada de pessoas conversadeiras.
falavam sobre tudo: desde a beata dona irene que se engrassou pro padre, passando pela receita da galinha de capoeira até chegar no antônio da feira.
bem, feira sempre é assim, felicidade, cores, cheiros, sons, gente bonita que é bonita mesmo e gente bonita de tão feia que é.
obrigado pelas feiras que tanto passo e pela feira que um dia toquei e fui feliz.
é pra ela essa imagem.